quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Paixão & Sabor em Ratatouille!

O pessoal do meu trabalho que desenvolve design e 3D tinha me indicado o filme Ratatouille, dizendo que ele era, até então, a melhor animação que a Disney/Pixar já tinha produzido, inclusive, melhor que "Procurando Nemo" e melhor também que "Os Incríveis". Bom, sendo Brad Bird, o diretor deste e de Os Incríveis, eu não pude deixar de ver.

Ratatouille não deixa a desejar.

"Um rato que é acidentalmente separado da sua colônia acaba parando no melhor restaurante de Paris e descobre que, mesmo sendo um roedor, ali é o lugar ideal para aperfeiçoar o seu maior dom: cozinhar". Embora algumas idéias parecidas já terem sido experimentadas, como em alguns episódios do “Tom & Jerry” e o filme “O Ratinho Encrenqueiro”, Ratatouille tenta passar algo diferente.

Mesmo sendo uma história à la Disney, com mensagens do tipo “Dê valor a si mesmo”, “Saiba ser recíproco numa amizade”, “Às vezes devemos seguir em frente e não temer os problemas”, etc., o filme se sustenta, dosando suas piadas e a hora da 'conversa séria'. Por baixo da cortina, ele acaba trazendo algumas questões de preconceito, mostrando que classes menos favorecidas às vezes se esforçam para agradar ou fazer parte das mais favorecidas, e de alguma forma elas sofrem nestas tentativas, pois sabem que são vistas de cima; são cientes de que, mesmo mostrando o seu interesse e empenho por algo superior, continuam sendo taxadas como menores, como inferiores. No filme isto é mostrado com o rato Remy, que tenta ajudar Linguini – um desastrado rapaz – a cozinhar, para que este se suceda no restaurante onde foi contratado. Linguini, a priori, se sente enojado com a idéia de um rato auxiliando-o na cozinha. Com o tempo ele até se acostuma, mas depois há um momento em que ele reavalia a situação, quando o rato "declina" à sua condição de roedor (claro que aqui estamos falando de seres humanos e ratos, mas a idéia-base é parecida).

Por outro lado, um ponto interessantíssimo do filme é a busca pela paixão. Ora, a história se passa em Paris, cidade do amor... Em várias cenas, quando o rato Remy está percorrendo as ruas da cidade, vemos inúmeros casais no exato momento em que o homem está cortejando a mulher, mostrando o início de uma relação, de uma paixão. Tem até uma cena hilária, digna de novela mexicana (ou seria francesa mesmo?): uma mulher com um revólver na mão ameaça atirar num rapaz, enquanto discute com ele. A arma dispara, mas o tiro pega no teto, quase atingindo Remy, que assiste a cena de cima. Logo após o tiro, a mulher abraça o rapaz e eles se beijam.

Os roteiristas não foram tão óbvios em colocar uma ratinha para fazer par com o rato Remy no filme. A paixão do protagonista está no seu dom de cozinhar. A primeira cena em que mostra o rato falando com o irmão sobre os sabores que sente ao provar cada comida faz parecer que o mundo desaparece quando ele está comendo. Tudo em volta se escurece e suas sensações são ilustradas com luzes coloridas e fogos de artifício, que queimam com mais intensidade à medida que ele se delicia e os sabores se acentuam em seu paladar. Não é frescura nem gula do rato não... é paixão mesmo! Ele busca aprender mais, ele se inspira no seu ídolo, que era o chef de cozinha do restaurante aonde chegou, ele arrisca a vida pelo que gosta, pelo que é apaixonado.

O filme é assim, preenchido de paixão, pontuado sutilmente aqui e ali...

Ah, e falando em paixão, fico de pé para aplaudir o conjunto das imagens do filme. Design, 3D, fotografia, iluminação, renderização, texturas, o diabo que for!

As ruas de Paris pareciam reais! Percebemos até a mudança do clima no filme (já que quase todas as histórias são nos EUA...). O pôr do sol é diferente, o amanhecer é diferente, é real! Tudo, aliás, parece real (com exceção dos personagens, cartunizados, obviamente...).

As comidas então, pareciam que foram recortadas digitalmente de um vídeo e sobrepostas na animação... Acho que os produtores passaram um bom tempo investindo em pesquisa, em texturas, em cores... devem ter comido bastante nesse processo também. Eu teria feito o mesmo. Ainda mais sendo comida francesa, oui!

Aprovo Ratatouiile! Não sei se é melhor que Nemo ou Os Incríveis, mas sei que ele tem um sabor diferente... Só falto comer agora; fiquei curioso quanto ao gosto do prato, mesmo sentindo, de longe, o sabor... Au revoir!

Um comentário:

Nara Senna disse...

Celo, adorei que me linkou na sua página.
Como vc está?
Hum, por falar nessa sua postagem, estou caçando esse filme nos "camelódromos" da vida, para presentear para um amiguinha de 8 anos de idade. Aff... Ela carinhosamente me pediu "Eu quero o filme que vc prometeu!". Aí, já viu, né?
Tentei baixar no e-mule, mas nada!
Como vc está?
Ah, vc tá sabendo da Expo do Iguatemi? É sobre Da Vinci! Vale a pena, viu?
Bjão