domingo, 23 de setembro de 2007

Belazartes, início da pré-produção...

E a produção de Belazartes prossegue... Devagar, mas prossegue. No momento, estou na criação do modelo do protagonista do filme, o personagem Baltazar. Esta etapa é realmente um pouco demorada, já que todos os membros do modelo devem ser aproximadamente parecidos ao de um homem de 1,80 m. Ao lado está a foto do esqueleto do modelo. Foi feito com fios de cobre revestido com borracha. Como estes fios são bastante flexíveis, podendo ser deformados ao longo da construção do esqueleto, algumas das partes que não podem de forma alguma sofrer deformações foram revestidas com cilindros de acrílico. Já as articulações entre os membros, que também precisam estar adequadas e flexíveis (nem muito rígidas, nem muito soltas) foram formadas com ganhos nas próprias pontas dos fios. Ao total são 36 articulações, distribuídas por todo o corpo.

A modelagem do esqueleto é bastante complexa, e cada membro é construído separadamente.

Este esqueleto será posteriormente revestido com massa de biscuit, para formar os músculos. E depois, claro, com as roupas.

Paralelamente ao esqueleto, modelei a cabeça de Baltazar com massa de biscuit. Ela teve de ser construída em etapas, já que tive de inserir nela dois mecanismos diferentes: um mecanismo para que os globos oculares pudessem ser girados durante a animação e outro para a mandíbula também ser baixada e levantada. Foi bastante complicado, já que modelar biscuit é uma corrida contra o tempo: a massa começa a secar no momento em que entra em contato com oxigênio. Tudo tem de ser feito muito rápido. Mas enfim, a cabeça está quase pronta, e já entrando em fase de pintura. Comparado aos olhos e ao bico do Carcará, no filme anterior, acho que agora já dei um grande avanço.

Segue ao lado uma foto da cabeça de Baltazar, já com os globos oculares e a mandíbula. As cores das fotos já estão meio que realçando o tom do filme. E como ela não está completamente pronta ainda (faltando pintura, o cabelo, etc), é bom que não seja mostrada por completo. Penumbra por enquanto...rs.

sábado, 15 de setembro de 2007

Belazartes

Belazartes. Novo filme de animação, em pré-produção! Me lembro que, quando eu estava filmando a última cena de Carcará, a última animação que realizei, eu disse mais ou menos assim: "Nunca mais farei um filme de animação!" Isto por causa por conta da complexidade que é filmar algo em stop-motion (ou quadro a quadro), um trabalho extremanente cansativo! E o que aconteceu? Uma semana depois de ter concluído a edição de Carcará, eu já estava com o roteiro de Belazartes pronto. Pois é. Animar vicia.

Mas o que é Belazartes? Que raio de nomes é esse? Ah, só assistindo o filme ou lendo o roteiro pra saber... Iniciei esta semana a pré-produção do filme, depois de mais um ano que o roteiro foi escrito. Bom, mas eu estava realizando outros projetos trabalhosos na empresa em que estou, então nem tinha tempo. Animação leva muito tempo pra realizar...

E aí? Estarei postando aqui tudo sobre este novo projeto. Eu tive pouco material de produção de Carcará. Não tive making of, nem sequer uma foto minha preparando o cenário e os personagens. Tinha algumas fotos dos protótipos dos bonecos do filme, mas elas se foram com meu velho HD. Tanta gente me cobrou isso e eu fiquei chateado por não ter nada pra mostrar. Só mesmo os modelos do filme, mas nada relativo à construção dos mesmos. E como essa animação fez certo agrado aqui no Nordeste e em outros cantos do Brasil (e Argentina e Espanha também!), era de se esperar que o povo gostaria de ver fotos ou filmagens da pré-produção. Então, agora, registrarei tudo o que puder de Belazartes.

Pra começar, algumas informações:

TÍTULO: Belazartes.

GÊNERO: Suspense (sim!!!)

STORYLINE: Um artista plástico vidente é dono de um atelier, onde realiza sessões de quiromancia com os seus clientes. Ele constrói obras de arte de acordo com o que lê na mão de cada pessoa e depois, vende para elas.

Não vou colocar uma sinopse inteira, senão perde a graça...

Ao lado está o primeiro desenho que fiz do protagonista do filme, o artista Baltazar.

Diferente de Carcará, que era narrado pelas ações dos personagens e sem diálogos, em Belazartes haverá muita conversa. Quando eu estiver quase finalizando a modelagem dos personagens e cenários, começarei o trabalho de preparação com os atores, que dublarão os bonecos. É complicado, porque, em stop-motion de massinha terei de criar um mecanismo nos modelos para abrirem e fecharem a boca enquanto conversam. E como o trabalho é extremamente artesanal, complica mais ainda. Mas bem, tive uma pequena experiência com o bico da ave carcará, que abria e fechava no filme anterior. Sei que um bico é diferente de uma boca, mas a mecânica é quase a mesma. Abaixo, a foto de Carcará.

No próximo post colocarei as primeiras imagens dos esqueletos dos bonecos, que servirão para fazer os movimentos durante a animação e serão revestido com massa e roupas.

E aos interessados em fazer parte do projeto, contribuindo de qualquer forma, me avisem.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Quem aposta no coração?

Quando eu soube que a Rede Record estrearia uma novela sobre mutantes, fiquei feliz. Depois fiquei triste. Depois fiquei feliz de novo. E depois, fiquei na dúvida. Mas por quê? Bom, já sabemos que o tema da mutação já foi demasiadamente tratato, nos filmes X-Men, Super Escola de Heróis, no seriado Heroes, enfim.

Sim, mas nós, brasileiros, precisamos ousar também! Por que não? É assim que se aprende a escrever sobre temas aqui inéditos: na prática!

Vendo alguns pôsteres da novela, comecei a gostar da idéia (mesmo sabendo que fazer uma imagem do tipo não é difícil). Pensei em apostar as fichas pra saber que rumo o tema tomaria dentro de uma novela - produto audiovisual que depende do ibope pra avançar ou retardar o enredo (isto quando não ocorre o absurdo de mudar o diretor no meio dela). Mas e aí?

Caminhos do Coração, do autor Tiago Santiago e direção de Alexandre Avancini estreou nesta terça-feira, dia 28 de agosto.

Vamos começar uma análise, bem resumida, pra não se estender tanto:

INÍCIO: terraço de um prédio do Guarujá, São Paulo. Neo e Morfeu são da Polícia Federal e conversam com alguns dos seus companheiros. Sim, Neo e Morfeu, de Matrix. Ou quase isso. Leonardo Vieira is Neo. E está com seu parceiro, um cara idêntico a Morfeu, com o jeito de Morfeu e com o design dos óculos escuros igual aos de Morfeu. Ambos com fardas pretas, da PF. Eles conversam sobre um plano:

OBJETIVO: roubar um valioso livro do vilão chamado Figueroa, um coroa rico.

METODOLOGIA: Eles irão voar de helicóptero até o prédio de Figueroa e planar sobre ele. Daí Neo-nardo-Vieira descerá pela corda, enfrentará os agentes de Figueroa, entrará em seu escritório, desativará o sistema do cofre e pegará o livro. O plano é esse.

Daí, Neo pergunta: "Mas será que o Figueroa não irá perceber isto?"
E Morfeu responde, com seu ar imponente e esperto, típico do mentor de Matrix: "Figueroa não irá perceber porque quando nosso helicóptero estiver planando sobre o prédio, porque um carro irá explodir na frente dele. E isso irá distrair Figueroa, enquanto você desce de corda pro terraço".

Ok...

Daí o plano inicia e tal... e quando o carro explode lá na frente, Figueroa, que tava dentro do prédio, curtindo ao lado de duas gatas, sai na rua e diz mais ou menos assim: "Céus! Explodiram o carro do segurança! Que horror... mas... peraí... o que é que aquele helicóptero está fazendo ali em cima?? Ei, é uma armadilha! Atrás deles, pessoal!!!"

FALA SÉRIOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!

Tinha jeito mais absurdo de planejar um roubo de um livro??! Daí Neo-nardo-Vieira, que interpreta Marcelo (meu xará, droga!) sai lutando pelo caminho com os agentes de Figueroa... faz umas lutas bestas, pega o livro, é abordado pelo vilão... e aí, rola o diálogo mestre:

NEO: "Figueroa, você perdeu".
FIGUEROA: "Eu nunca perco. Eu sempre venço".

Ok. He-man Vs Esqueleto.

Bom, mas essa é a parte dos policiais. Vamos à parte dos mutantes, que é mais divertida ainda:

A primeira mutante que aparece é a garota Tati, filha de Neo-Vieira. Ela tem telecinésia - mexe as coisas com a mente - vide Jean Grey. Ela está na sala ao lado da mãe, e tenta mexer um ovo sobre a mesa, usando seu poder. Ela consegue levitar o ovo (efeito ótimo, sério mesmo!), daí ele cai e se espatifa no chão.

TATI: "Desculpa, mãe... eu não consigo controlar"...
MÃE: "Tudo bem, filhinha..."
TATI: "Mãe, porque eu sou diferente"?
MÃE: "Ah, sei lá, é normal... tipo, você tem um dom, que é uma coisa que ninguém tem..."
TATI: "Uma maldição!!!"

Os diálogos são surreais. Os roteiristas estão entregando o peixe inteiro de vez! Foram mostrados vários mutantes no 1º capítulo, e todos eles parecem contar pra todo mundo o que ocorre com eles. Tudo bem que com os que são crianças, isso era de se esperar... Mas tem um personagem adulto (uns 22 anos) que tem o poder de ler os pensamentos... Numa única cena ele lê os pensamentos dos seus familiares e na mesma hora que lê, denuncia a pessoa! E todos respondem: "Pare de fazer isso Fulano, pare de ler minha mente, você faz isso desde pequeno!". Esse tipo de "denúncia" de poder ocorreu com todos os mutantes mostrados.

O que mais me incomodou foi o argumento da cientista que diz ter iniciado o experimento da mutação na clínica que trabalha. Sem demonstrar nenhum teor científico, nenhum domínio sobre o conteúdo que dizia, ela falou que fez o experimento porque queria "melhorar os humanos". E disse APENAS ISSO!!! Não informou nenhum dado, nenhuma teoria ou estatística, nenhum número!!!

"Melhorar os humanos?" Transformar gente em lobisomem? Colocar asas de pássaro nas costas? Dar olhos de águia a uma criança? Mas a melhor parte é: ela afirmou ter misturado gens humanos com os de animais... Agora pensem: qual é o animal que lê os pensamentos dos outros mesmo??! Coelho? Girafa?...

Todos os diálogos são completamente mastigados. Parece que desconfiam da inteligência dos telespectadores... Tudo bem que o público-alvo de uma novela, em geral, é bem diferente de um público que assiste a seriados, que é mais paciente, que procura investigar a trama enquanto ela acontece, e não apenas joga as pernas pro ar no sofá e recebe a lufada de imagens lavadas e nuas.

Mas talvez eles não saibam escrever mesmo... Já estão contando o argumento inteiro de vez... Fico me perguntando qual será a trama verdadeira, ou os ápices dela.

E aí? Vamos aguardar...

Por enquanto, dou nota 10 apenas pros efeitos especiais. A cena do garoto The Flash correndo a mil por hora na estrada de barro ficou muito bacana. A da garota levitando o ovo também. Até os pulinhos básicos do garoto lobisomem.

Não quero nem falar muito sobre o título "Caminhos do Coração"... Talvez isso seja pra salvar a novela, caso o ibope esteja baixo e eles queiram eliminar os mutantes, transformando a obra num caso de amor, com direito a casamento no final.

Detalhe no pôster ao lado, do cara que lê os pensamentos... Olhem a expressão psicopata de "Eu vou ler a sua mente"...

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Sou fã dos bonecos estranhos!

Sou fanático por bonecos de ação. Coleciono-os desde que me entendo por gente (e isso faz muito tempo). Sempre apreciei os bonecos mais criativos e inovadores, independente do personagem, da história, desenho ou filme do qual foi extraído, independente da marca e da qualidade de produção. Claro que estes são elementos fundamentais pra que o boneco seja mais rico em detalhes e tal, mas o que aprecio mesmo é a originalidade. Tendo a gostar dos mais estranhões, dos mais diferentes. Daqueles que as pessoas menos compram, porque acham feiosos (a maioria delas, porque já encontrei gente que pensa igual a mim).

Um exemplo é que vi o boneco do desenho Ben 10, o Ultra T, sendo vendido como surpresa do Mc Lanche feliz, e o curti na hora! Até então, tinha ouvido alguém mencionar Ben 10, mas nem ligava (continuo não ligando, aliás). Achei o boneco interessante, pesquisei sobre ele, descobri que em inglês seu nome é Upgrade e li que o personagem é um alien formado de metal líquido, capaz de invadir sistemas ou aparelhos high-tech e alterá-los, fazendo upgrades quando deseja. Sua aparência é bem estranha, parece um monstro de piche incolor-fumê se derretendo, com um daqueles capacetes macabros de mergulhador das trevas. Pois é, o layout me agradou e pronto. Comprei o Ultra T. Levo ele todo dia pro trabalho e ponho em cima do computador. E ele me observa trabalhar, com seu monóculo (acho que é um olho o círculo verde que está na cabeça dele).

O chato é que ele substituiu outro boneco que estava há tempos em cima do computador do meu trabalho, o Slotsky. Slot é um xodó de infância. Se não me engano, o comprei quando tinha 10 anos de idade. Tinha ganho dinheiro para comemorar meu aniversário. Fui ao shopping com 4 amigos e compramos todos os vilões da série Power Rangers da época (Olhando assim, nem parece! Power Rangers passa até hoje, com novas histórias e personagens... Só agora vejo que não mudou muita coisa, mas sei que na época eu curtia).


Sobre o Slotsky, eu nunca cheguei a vê-lo num episódio dos Rangers, mas sei que lá nas Lojas Americanas ele foi o primeiro que escolhi, justamente por ser o mais diferente de todos. Em seriados como os Changeman, Flashman, e por conseguinte, Power Rangers, o vilão principal do grupo costumava mandar os seus servos mágicos (Guioday, Medusã, enfim...), criarem os monstros. Eles aplicavam um feitiço numa criatura ou objeto da Terra, este ganhava vida e saía para passear, destruindo a cidade. E o Slotsky, pelo que se vê, nasceu de uma máquina de caça-níquel! Perfeição!

O boneco é bacana: em seu peito tem uma roleta que gira exibindo ícones de sorte e azar, quando a alavanca na lateral é baixada. O seu chapéu com o letreiro "Gold Rush" (Investida de Ouro) também gira, mas de modo mais lento (é um pouco travado; sempre foi assim). Acho massa a cor dele, ferrugem, que até hoje mantém seu brilho. Em vez de mãos, ele tem um ganho no braço direito e um enorme e vermelho ímã em formato de "U" no esquerdo. Lembro que quando eu travava batalhas quando guri, eu fazia uma voz rouca e bricalhona para ele, como se 'destruir' fosse a sua maior diversão. O seu ímã não atraía apenas metais, mas tudo que ele desejava: bastava ele puxar a alavanca para saber o nível dos elementos que ele atrairia. Se tivesse azar, não atraía nada. Com sorte, atraía o que quisesse (era como o Duas-Caras fazia com a sua moeda).

Pois é, Slotsky está descansando em casa agora. Ultra T (ou Upgrade) é o novo guardião do computador, e está se saindo bem. Fica com um efeito legal, quando a luz do sol bate na janela e atravessa seu corpo fumê, ou quando se coloca uma lâmpada por trás; parece feito de água de pia, como dizem. É estranho, mas bonito. Ainda não pensei na voz dele. Acho que é porque ele não tem boca...

Ah, falando em bonecos criativos, tem o detalhe da vez: uns imbecis brincaram de inovar: inseriram ímãs dentro dos cocôs do Tanner, o cãozinho da Barbie, para serem atraídos com a pá de lixo da boneca... E o que aconteceu depois? Deu merda! (por mais irônico que pareça...) Produtos deste tipo oferecem perigo às crianças. A Mattel Inc. está fazendo um recall imenso de produtos... 21,8 milhões de brinquedos em todo mundo... Fala sério...

De fato, a criatividade não é um dom de todos...

Poderiam fazer uma Barbie faxineira, que organiza os móveis na casa, limpa os objetos... ou uma Barbie gari, que recolhe o lixo, fazendo coleta seletiva... tudo isso é viável, e acaba sendo educativo... Mas... cocô-magnético?... Não, por favor.

Quem deram prejuízo também foram: as figuras magnéticas do Batman e a linha quase inteira da Polly... Em pensar que no Brasil, mais de 850 mil produtos foram comprados entre 2002 e 2007...

Te cuida, Mattel!!!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Paixão & Sabor em Ratatouille!

O pessoal do meu trabalho que desenvolve design e 3D tinha me indicado o filme Ratatouille, dizendo que ele era, até então, a melhor animação que a Disney/Pixar já tinha produzido, inclusive, melhor que "Procurando Nemo" e melhor também que "Os Incríveis". Bom, sendo Brad Bird, o diretor deste e de Os Incríveis, eu não pude deixar de ver.

Ratatouille não deixa a desejar.

"Um rato que é acidentalmente separado da sua colônia acaba parando no melhor restaurante de Paris e descobre que, mesmo sendo um roedor, ali é o lugar ideal para aperfeiçoar o seu maior dom: cozinhar". Embora algumas idéias parecidas já terem sido experimentadas, como em alguns episódios do “Tom & Jerry” e o filme “O Ratinho Encrenqueiro”, Ratatouille tenta passar algo diferente.

Mesmo sendo uma história à la Disney, com mensagens do tipo “Dê valor a si mesmo”, “Saiba ser recíproco numa amizade”, “Às vezes devemos seguir em frente e não temer os problemas”, etc., o filme se sustenta, dosando suas piadas e a hora da 'conversa séria'. Por baixo da cortina, ele acaba trazendo algumas questões de preconceito, mostrando que classes menos favorecidas às vezes se esforçam para agradar ou fazer parte das mais favorecidas, e de alguma forma elas sofrem nestas tentativas, pois sabem que são vistas de cima; são cientes de que, mesmo mostrando o seu interesse e empenho por algo superior, continuam sendo taxadas como menores, como inferiores. No filme isto é mostrado com o rato Remy, que tenta ajudar Linguini – um desastrado rapaz – a cozinhar, para que este se suceda no restaurante onde foi contratado. Linguini, a priori, se sente enojado com a idéia de um rato auxiliando-o na cozinha. Com o tempo ele até se acostuma, mas depois há um momento em que ele reavalia a situação, quando o rato "declina" à sua condição de roedor (claro que aqui estamos falando de seres humanos e ratos, mas a idéia-base é parecida).

Por outro lado, um ponto interessantíssimo do filme é a busca pela paixão. Ora, a história se passa em Paris, cidade do amor... Em várias cenas, quando o rato Remy está percorrendo as ruas da cidade, vemos inúmeros casais no exato momento em que o homem está cortejando a mulher, mostrando o início de uma relação, de uma paixão. Tem até uma cena hilária, digna de novela mexicana (ou seria francesa mesmo?): uma mulher com um revólver na mão ameaça atirar num rapaz, enquanto discute com ele. A arma dispara, mas o tiro pega no teto, quase atingindo Remy, que assiste a cena de cima. Logo após o tiro, a mulher abraça o rapaz e eles se beijam.

Os roteiristas não foram tão óbvios em colocar uma ratinha para fazer par com o rato Remy no filme. A paixão do protagonista está no seu dom de cozinhar. A primeira cena em que mostra o rato falando com o irmão sobre os sabores que sente ao provar cada comida faz parecer que o mundo desaparece quando ele está comendo. Tudo em volta se escurece e suas sensações são ilustradas com luzes coloridas e fogos de artifício, que queimam com mais intensidade à medida que ele se delicia e os sabores se acentuam em seu paladar. Não é frescura nem gula do rato não... é paixão mesmo! Ele busca aprender mais, ele se inspira no seu ídolo, que era o chef de cozinha do restaurante aonde chegou, ele arrisca a vida pelo que gosta, pelo que é apaixonado.

O filme é assim, preenchido de paixão, pontuado sutilmente aqui e ali...

Ah, e falando em paixão, fico de pé para aplaudir o conjunto das imagens do filme. Design, 3D, fotografia, iluminação, renderização, texturas, o diabo que for!

As ruas de Paris pareciam reais! Percebemos até a mudança do clima no filme (já que quase todas as histórias são nos EUA...). O pôr do sol é diferente, o amanhecer é diferente, é real! Tudo, aliás, parece real (com exceção dos personagens, cartunizados, obviamente...).

As comidas então, pareciam que foram recortadas digitalmente de um vídeo e sobrepostas na animação... Acho que os produtores passaram um bom tempo investindo em pesquisa, em texturas, em cores... devem ter comido bastante nesse processo também. Eu teria feito o mesmo. Ainda mais sendo comida francesa, oui!

Aprovo Ratatouiile! Não sei se é melhor que Nemo ou Os Incríveis, mas sei que ele tem um sabor diferente... Só falto comer agora; fiquei curioso quanto ao gosto do prato, mesmo sentindo, de longe, o sabor... Au revoir!

sábado, 21 de julho de 2007

Seu fusca Herbie fala? Veja o que o meu Camaro amarelo faz.

E se seu fusca falasse... e começasse a ganhar vida... e se chamasse Herbie... Esqueça-o e venda ao ferro velho. E se você ganhasse o Daileon de presente? Lembra do Daileon, o robô do Jaspion? (Gigante guerreiro, Daileon!!) Lembra que ele era uma nave que se transformava em robô, e que levava uma eternidade para a transformação completar, enquanto a trilha famosíssima tocava e progredia, até que o robô ficasse pronto e o Jaspion pudesse entrar nele pra combater os inimigos?... Pois é, deixe o Daileon para sempre na sua lembrança de infância, mas pense no futuro. Esqueça o seu fusca falante Herbie ou coloque-o no Mercado Livre; tem gente que gosta de relíquia. Esse fusca não acrescentará nada em sua vida.

Porque, perto dos detonadores dos Transformers, ele seria um mosquitinho.
PATA QUÉ PARÉU!!! Chega de brincar de escaldar os outros... Nem sei por onde começar...

Foi impressionante ver carros em poucos segundos transformando-se em robôs gigantes, com tanta fidelidade e respeito à Física, à Matemática e à gravidade... Respeito demais, porque tudo era REAL! O cálculo e a lógica das ignições, engrenagens, placas, parafusos e encaixes era de tal perfeição que fiquei estatelado na cadeira do cinema, deixando a arte fluir da tela e bater em minha cara (é arte, é arte, é muita arte!!!!!)

Efeitos magníficos, que surgem quando menos esperamos, de tamanha qualidade... Não somos enganados com a exaustão de cenas noturnas, que por falta luz poderiam deixar brechas nos efeitos... Nada disso, as cenas são REAIS!!! Robôs duelam dia e noite, com a mesma intensidade, com a mesma qualidade... Nada é escondido! As batalhas são tremendas!! Não importa se há um prédio do lado enquando os gigantes brigam; se ele estiver no caminho, será derrubado sem piedade!
Há impacto! Há medo! Há ação, e
muita!

Tão boas quanto as lutas são as transformações... (oh, "Transformers!")... O carro está andando pela pista, em alta velocidade... E do nada, as engrenagens falam por si só... nós acompanhamos peça a peça ser deslocada e encaixada em outro canto, enquanto o conjunto vai inflando, ganhando outra forma e se erguendo de maneira colossal, exibindo o exoesqueleto metálico... com um nível atômico de detalhamento... isso quando ele já não começa a lutar enquanto se transforma, metendo bala pra tudo quanto é canto!

Ah, e além dos efeitos especiais tem os efeitos sonoros... Fico imaginando o trabalho dessa galera de linkar uma coisa à outra, produzir todos esses ruídos, pensar em como eles se combinariam com cada partícula que se move nas aparelhagens dos monstrengos... Longo trabalho de pesqusa e design, madrugadas em claro e cafés na alma! É sério, eu posso passar horas aqui descrevendo, mas só vendo mesmo pra ter noção...

Deu vontade de colocar todas as fotos dos Autobots e Decepticons aqui, mas não dá, iria ocupar espaço demais... Falando nessas equipes de bem e mal, eu fiquei feliz quando vi a equipe do Optimus reunida... líder Optimus Prime, Bumblebee, Jazz, Ironhide, Ratchet... um grupo bem estruturado, com uma sintonia da zorra... quando os vi reunidos, pensei: "Impossível os Decepticons derrubarem esses aí...". Só que alguns dos Decepticons ainda não tinham aparecido no filme. E quando apareceram... Scorponok, Bonecrusher, Starscream, Barricade, Blackout... e Megatron... pensei: "É, Autobots, gostei de conhecer vocês, mas..."

Vá ver Transformers
.
Não se importe com as piadinhas bestas que ocorrem de vez em quando no filme, você vai rir um pouco, isso bom às vezes...

Vale a pena ver o tamanho trabalho dessa galera; deve ter uma imensa equipe de nerds por lá (com todo respeito aos nerds, eu admiro vocês!!!) Se não tem nerds, tem japoneses, como diz o protagonista Sam Witwick, numa passagem do filme.

O conjunto do filme funciona; quem não conhecia a história não sentiu dificuldade em acompanhar. O roteiro é bacana porque mostra a evolução da história; há um motivo; há um problema a ser resolvido. Mas nem consegui me deter nele ou em qualquer outro aspecto do filme. Os robôs falam mais alto... e literalmente!

Valeu, Michael Bay e
Spilberg. Vocês terão o dinheiro de outro ingresso meu no cinema.

Adeus, Daileon, adeus Herbie. Chorem, Changeman, Flashman, Jiban... e morram Power Rangers.

Vá ver Transformers.

Eu saí na rua desconfiado dos carros que passavam por mim.

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quinta-feira, 12 de julho de 2007

Que magia é essa?

Que magia consegue envolver um elenco Classe A num filme como esse? Estive me perguntando isto quando assisti a estréia de Harry Potter e a Ordem da Fênix dia 11/07...
O time já era composto por: Alan Rickman, Maggie Smith, Richard Griffiths, Emma Thompson, Gary Oldman, Breendan Gleeson, Michael Gambon, Robbie Coltrane, Ralph Fiennes, Jason Isaacs, dentre outros... e agora, invadindo o meio de campo, chegam as deusas Imelda Staunton e Helena Bonham Carter... Milagre demais...

A maioria destes excelentes atores participam da série desde 2001. Alguns aparecem no primeiro filme, não são mencionados no segundo e retornam no terceiro... Outros surgem no segundo, não aparecem no terceiro e voltam no quarto e no quinto... outros estiveram em todos... (e por aí, vai...). E quando voltam, é de braços abertos...
Dinheiro da Warner? Sim, claro, todos querem trabalhar, todos querem dinheiro.
Mas acho que há algo mais por baixo da cortina... Quem quer ficar taxado como professor bruxo de Harry Potter pro resto da vida, depois de participar de 7 filmes, em quase dez anos de trabalho? O lance é que tem gente que quer sim!

Imagine que você é um desses atores. E digamos que você participou do Harry Potter 4, interpretando um personagem importante. Lendo o 5º livro, você nota que seu personagem não aparece. Mas lendo o 6º, você vê que ele retorna! Daí você pergunta: será que os produtores virão atrás de mim para que eu faça o papel novamente? SIM, ELES TE CAÇARÃO NOS QUINTOS DOS INFERNOS!



Boa parte da grana da Warner é dedicada à franquia de Harry Potter. É um filho pra ela, mestre em altas bilheterias, enfim. Então vale a pena se dedicar, aplicar, investir, ir atrás...
ir aos quintos dos infernos...

Bom, mas voltando à brincadeira de você ser o ator... Depois que você for caçado nos quintos dos infernos, vem outra pergunta: eu aceitarei o papel novamente? É claro que você vai aceitar! Harry Potter inspirou milhares de crianças, incentivou muitas delas começarem ou voltarem a ler! (e muita gente véia também, viu!) Eu tinha 15 anos quando li o primeiro livro (mas claro que já tinha lido mil coisas antes; sempre gostei de ler). Tudo bem que existem outras mil obras da literatura por onde as crianças poderiam ou deveriam começar, mas pelo menos já é um começo!

Uma vez vi uma situação numa livraria. Eu estava passando pela seção infantil, quando me deparei com um garoto de uns 10 anos discutindo com o pai. O pai dizia:
- Não, eu não vou comprar!
- Mas pai, eu li os anteriores! - dizia o menino.
- Olhe o tamanho disso aqui, menino, você não vai conseguir, você não vai terminar esse livro nunca! - insistiu o pai.
- Só que eu li os outros três, e juntando todos eles, ficam maiores que esse!
- NÃO, é melhor deixar aí.

A situação era a seguinte: o garoto queria que o pai comprasse o livro Harry Potter e o Cálice de Fogo, o 4º da série, que tem cerca de 400 páginas. O pai duvidava que o filho conseguisse lê-lo. O garoto tinha feito uma afirmação correta: juntando os três livros anteriores, eles ultrapassavam 400 páginas. Foi chato ver aquilo. O pai não comprou o livro e puxou o garoto pra fora da loja.

Deu até vontade de intervir, mas fiquei na minha... Acho que um dia o garoto vai ter a chance dele.

Bom, mas voltando de novo à história de você ser um dos atores... Quando as pessoas lerem os livros da série que nem foram escritos ainda, é na sua cara que elas vão pensar quando ver uma passagem do seu personagem num capítulo! É por você que elas torcerão para que o final seja feliz (se seu personagem for um dos mocinhos, obviamente)... Fora a grana que surgirá magicamente em sua conta bancária... Mas acho que essas coisas valem a pena... Participar durante 10 anos da vida de milhões pessoas, numa série cujos livros só perdem para a Bíblia Sagrada, no ranking dos mais lidos no mundo... É, você vai ser lembrado. Durante um bom tempo...

Destaque para Imelda Stauton, como a professora Dolores Umbridge e também para a novata Evanna Linch, interpretando a estudante Luna Lovegood. Destaque para as feras que citei no início do post. Nem quero falar dos outros adolescentes do filme; até percebo que eles estão amadurecendo na profissão.

Haja magia espalhada...

domingo, 8 de julho de 2007

Blog no Orkut?

Vejamos o que acontece...

Não tenho muito o que falar ainda, até porque eu tinha outro blog com o mesmo título deste e fico com pena de descartá-lo...

Mas ao mesmo tempo, percebo que se todas as minhas páginas ficarem mais próximas, meu acesso a elas ficará mais fácil. O meu e o de todo mundo, obviamente.
Pois é, quem sabe eu transfiro meu outro blog pra cá. Na verdade eu nem estou usando-o tanto.

Não tenho muito tempo pra blogs. Adoro postar, adoro ler e comentar, mas passei a acreditar, a viver e entender que tempo é dinheiro.

Pra ilustrar, fica uma imagem da festa à fantasia que fui neste fim de semana.
Muito bacana incorporar o personagem do Jacques Clouseau, o inspetor da Pantera Cor-de Rosa. (pronuncia-se Clusôu)

O legal é que todos na festa interagiram com ele e tiraram muitas fotos. Bom, mas não apenas porque a fantasia ficou legal (modéstia a parte), mas porque eu estava, de fato, vivendo o Clouseau. Sempre entendi que uma fantasia precisa ter 3 coisas fundamentais:

1 - Originalidade: ser original é o melhor de tudo. Seja diferente do que você já viu e será lembrado por todos que foram à festa.

2 - Produção: não custa nada fazer um esforcinho pra que a fantasia seja mais trabalhada. Jamais use Durex pra prender suas roupas!!! E leve um kit de "primeiros socorros" com você! Maquiagem nos bolsos!!

3 - Interação: a fantasia precisa ser interativa de algum jeito. A pessoa precisa interagir com as outras, pra que o contato fique mais próximo, pra que todos o conheçam. Se não interagir, interprete o que você está vestindo por onde passar. Não faz mal. Não é você quem está ali. É o personagem. É problema dele o que acontecer depois.

Com essas 3 coisas, qualquer fantasia será lembrada. E o autor, mais ainda...

Nessa festa, fiquei conhecido como "O Pantera", embora, fazendo o sotaque francês e afinando a ponta do bigode, eu insisti para me chamarem de Inspetor Jacques Clouseau.
Distribuí cerca de 30 cartões de contato do personagem, para alguém o chamar caso visse a Pantera Cor-de-Rosa (não sobrou nenhum cartão, todo mundo pediu um!).
Foram inúmeras fotos e elogios. A Pantera fez bastante sucesso também, com seu ultra-pirulito!
Mas fantasia que mais gostei lá foi a do Motoqueiro Fantasma, muito bem produzida; parabéns ao cara que fez (e que deu carona no final às 5 da manhã)! Depois posto mais fotos da festa aqui!

Bom, chega. Falei demais, e nem sei se quando clicar em "publicar postagem" vai aparecer alguma coisa. Isso aqui é novo... E novidade sempre tem algo de estranho...

Abraço a todos!